terça-feira, 6 de outubro de 2015

Estudos apontam que mudanças vão influenciar qualidade dos vinhos


















O aquecimento global e as mudanças climáticas têm sido pautas dos principais meios de comunicação desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia em 1972. No que foi o primeiro grande evento organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir questões ambientais até os dias de hoje, muito já se fez, mas ainda há muito a se fazer para amenizar as consequências que a interferência humana provocou no meio ambiente ao longo dos séculos, mas o que isto tem a ver com uma matéria sobre vinhos? Exatamente tudo. Isso porque as mudanças de temperatura e dos níveis climáticos ao redor do mundo podem provocar fazer com vinhos percam a qualidade tradicional.

O fato dos impactos climáticos na produção vinícola tem preocupado produtores que ao longo de séculos atuaram em locais propícios para a fabricação da bebida, como aponta um artigo publicado no site australiano The Conversation. O texto alerta para os riscos que vão desde as regiões tradicionais para a fabricação, como a Itália e França, até os mais recentes pólos como Austrália e África do Sul. De acordo com Douglas Bardsley, professor sênior de geografia, meio-ambiente e populações, da Universidade de Adelaide, o Vale McLaren, na Austrália, já sofre com as temperaturas extremas e a queda no nível de pluviosidade (quantidade de chuvas).

“As ondas de calor estão queimando as uvas do Vale McLaren, isso deve piorar e os verões serão menos confortáveis para todos. Verões secos aumentam as chances de incêndios na periferia de nossas cidades na mesma medida que limitam a complexidade dos sabores dos nossos vinhos”, afirmou o docente.

Já de acordo com  Lee Hannaj, pes­quisador sênior na área de mudanças climáticas em biologia na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, 80% das terras francesas, italianas e espanholas, atualmente utilizadas para a produção da bebida, serão consideradas impróprias até meados deste século, enquanto a Austrália apresentará declínio de 75% e, por último, a Califórnia com queda de 70%.

 “As regiões que têm as condições mais adequadas para determinadas variedades de uvas, como a pinot noir e a chardonnay, devem mudar. Esperávamos ver mudanças significativas com as pesquisas, só não imaginamos que seriam tão significativas assim”, afirmou Hannaj, apontando que devido ao aumento da temperatura, locais mais próximos aos pólos apresentarão melhores condições para o cultivo de uvas, em vez das atuais Toscana, na Itália, e Bordeaux, na França, que tradicionalmente são beneficiadas por verões sexos e invernos com baixas temperaturas.

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